Os jovens e a sexualidade

"Problemas da sexualidade na Adolecência"

Introdução
 Falar de SEXUALIDADE na Adolescência para tentar esclarecer em público jovem, não é com toda a certeza, tarefa fácil. Visto que normalmente entre o que os adolescentes querem saber e o que lhes querem transmitir, há abismo!..
Esta informação que pretendo transmitir baseia-se em resumir as duvidas da maior parte dos adolescentes retirada a informação do CAJ ( Centro de atendimento a jovens), tem como objectivo ser informação de fácil acesso para que toda a gente que possa aceder a este blog tire as dúvidas que pretende sem qualquer problemas em adquirir informação.


A falta de diálogo, os mitos e as falsas crenças!


O que se intende por sexualidade?
Segundo a OMS: " Uma energia que nos motiva a procurar amor, contacto,ternura e intimidade; que se integra no modo como nos sentimos,movemos,tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ao mesmo tempo sexual, ela influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções, por isso, influencia a nossa saúde física e mental".


E por que falar de sexualidade aos adolescentes?
Porque é durante esse período que surgem transformações profundas no corpo, nas relações interpessoais, e em vários outros aspectos da vida.
Surgem também dúvidas e inquietações, havendo por isso necessidade de esclarecer e clarificar essas questões respeitantes ao desenvolvimento biológico, psicológico,sócio familiar e obviamente sexual e afectivo.


É do senso comum que a ADOLECÊNCIA é um período de grandes transformações e descobertas. Dentro destas, a sexualidade é um tema que naturalmente desperta muito interesse. Nesta etapa da vida, além da teoria, os jovens querem saber resolver questões práticas e as contradições que lhes vão na cabeça.
Anseiam por informações precisas a respeito do namoro, masturbação, métodos contraceptivos, gravidez, doenças sexualmente transmissíveis (DST), etc..


Efectivamente, os jovens já antes de serem sexualmente activos, deveriam estar informados sobre os risco de contágio as DST, comportamentos de risco, uso de métodos contraceptivos, etc..


Mas quem é capaz de dar resposta a tudo isto?


Escola:
 A aprendizagem da sexualidade não se pode separar da formação integral do indivíduo. Na generalidade das nossas escolas a educação sexual que tem vindo a ensinar-se tem permanecido circunscrita à sua função genital reprodutiva . Tem-se esquecido os aspectos psicológicos e afectivos que fazem parte integrante da sexualidade, suas componentes sociais e alguns problemas tão quotidianos como os diferentes comportamentos sexuais e mitos ou mesmo falsas crenças.
Porque a sexualidade não é apenas uma questão de órgãos sexuais: todo o nosso corpo (incluindo a mete) é sexuado e não apenas uma parte dele.


Pais e família:
Os pais desempenham um papel crucial na educação dos seus filhos. Provavelmente, a eles caberá a principal tarefa, mas para ensinar há que  aprender primeiro.
Os pais sabem que os filhos têm sexualidade. Ou melhor, sabem que a partir de determinada idade têm vida sexual. Mas até serem confrontados com os factos, ou seja, com as evidências, por ex. "Quando encontram um preservativo, quando vêem a sua filha abraçada ao namorado no meio da rua etc..". A tendência mais comum é a de negarem a evidência


Mitos acerca das relações sexuais:
  • Todas as mulheres sangram na sua primeira vez?
É um do grande traumas, obviamente que nem todas as mulheres sangram na primeira vez. O hímen já pode ter rompido de outras maneiras: uso de tampão e pratica de hipismo, por exemplo.
  • A masturbação pode causar graves doenças, como impotência no homem e esterilidade na mulher, ou mesmo perturbações mentais?
Não. A masturbação (conjunto de actividades auto-eróticas) é uma prática que os especialistas consideram amplamente natural, ajudando mesmo no equilíbrio do homem e da mulher. Será portanto, uma prática sexual como qualquer outra, que muda muito de pessoa para pessoa, e conforme o período da vida que atravessa.
  • O orgasmo mútuo é ideal?
A maioria dos casais não têm orgasmos simultâneos, visto que preocupar-se com o timming dos esforços sexuais retira muito espontaneidade e do romance. O objectivo da relação sexual com(a) parceiro(a) é expressar os sentimentos profundos que têm um pelo outro de uma forma muito especial.
  • O orgasmo é necessário e indispensável para a satisfação sexual?
A satisfação sexual deve ser o resultado de uma intimidade partilhada com o parceiro e não pela antecipação de um orgasmo.
  • O álcool e o haxixe são estimulantes sexuais?
Podem libertar inibições, mas na realidade, atrasam a resposta e envolvem o sexo numa neblina que impede tirar todo o partido deste. Efectivamente tanto o álcool como o haxixe podem afectar a potência masculina (perda da capacidade de erecção e de ejaculação) e a sensibilidade feminina (diminuição do desejo sexual) na medida em que condicionam a irrigação sanguínea de todo o corpo e, como tal, também dos órgãos sexuais.
  • Uma rapariga não pode engravidar se tiver só algumas relações?
Ao contrário, pode engravidar se não usar nenhum método contraceptivo. Outras ideias falsas que são importantes de clarificar é que na primeira vez não se engravida, assim como, não se engravida durante o período menstrual. é totalmente falso, tanto numa situação como noutra.
  • Existe uma relação directa entre o tamanho do pénis, a potência sexual e o prazer feminino?
Não visto que o orgasmo feminino não depende do comprimento do pénis, porque a zona mais erógena das mulheres situa-se a 2-4cm da entrada da vagina e á volta do clitóris. Ou seja, não é no fundo que se resolve o problema.
  • Devo ter relações sexuais pelo menos três vezes por semana?
A frequência do acto sexual é definida apenas pelo casal. Não existem regras
  • Se um jovem tem qualquer tipo de relações sexuais com uma pessoa do mesmo sexo, isso significa que é ou será homossexual?
Muitos jovens têm contactos ou experiências homossexuais ao longo do seu desenvolvimento físico e afectivo. Normalmente, este tipo de experiências acontecem antes dos 16 anos de idade. Todavia, é importante não esquecer, que uma única experiência, e até atracções homossexuais não significam que se é (ou será) homossexual.
  • Prazer sexual fora das relações (acto) é sinal de doença?
A sexualidade humana é muito mais rica e vai mais além do simples acto de penetração. Partilhar o prazer e estar com o outro deveria ser o primeiro objectivo da relação sexual, obtendo, com isso, não só prazer de nos partilharmos enquanto pessoas, como pode ser a descoberta das diferentes facetas da sexualidade humana.




A iniciação Sexual
Para a maioria das pessoas, é uma situação de ansiedade, acompanhada de excitação, euforia e medo. Ela pode representar o amor, o afecto, a ternura e a preocupação com o outro, mas também pode, também, ser fonte de sentimentos de frustração e de desilusão. Ninguém esquece a primeira relação sexual, porque normalmente fazemos muita "fantasia"e criamos muita expectativa de como vai ser esse momento.
Isso acontece com homens ou mulheres, pois sentem a ansiedade pelo desconhecido.


O primeiro passo para assumir uma relação sexual é conhecer o próprio corpo e descobrir a sexualidade do outro através da troca de experiências, afecto e carinho. O namoro ou "andar com" serve exactamente para esse conhecimento afectivo e sexual,os beijos, as carícias nos seios e nos órgãos genitais fazem parte dessa descoberta. Não esquecer que até que ambos os jovens se sintam preparados para assumir uma relação com penetração, a satisfação pode obter-se mediante o uso das mãos e da masturbação um pelo outro ou casa um separadamente.


Para parceiros que estão prestes a manter a primeira relação sexual, é importante que haja diálogo sobre:
  • Se querem mesmo ter relação. Por ex: Se o comportamento é voluntário ou por se ter medo de perder o(a) namorado(a).
  • Se é agradável para ambos ou se resulta apenas na satisfação de um só.
  • A contracepção (como prevenir-se de uma gravidez indesejada, que pode acontecer mesmo na primeira vez).
  • As doenças sexualmente tranmissíveis, principalmente s SIDA, Hepatites, Herpes, HPV, etc..
  • A importância do uso do preservativo, sobre como usar (colocar,comprar, etc..).
  • O lugar e o momento( privacidade e higiene) da relação (na casa dos pais dela, dele, no carro, etc..)
  • Se ambos são capazes de se envolverem em preliminares e falar acerca do que lhes agrada, excita ou não no corpo de cada um e do outro.
  • Se existe afecto ou se o sexo é apenas um meio de provar algo.
  • Reflectir sobre as pressões familiares e sociais.


Curiosidades..:


Ciclo Menstrual


O ciclo menstrual considerado como normal demora 28 dias e conta-se como o 1ºdia, o 1ºdia da menstruação; caracteriza-se por ter hemorragia menstrual, em média durante 3 ou 8 dias, em intervalos que vão de 24 a 34 dias, tendo como ciclo padrão mais comum o de 3 a 6 dias de fluxo. Neste caso a ovulação aconteceria na metade do ciclo (14ºdia), que consiste na saída do óvulo para uma das trompas (a do lado do ovário que esse mês ovolou).

Se no prazo de 24 horas houver um espermatozóide que se junte com esse óvulo (que já la podia estar "a espera" há 72 horas), dá-se a fecundação e o óvulo transforma-se num ovo, com todas as potencialidades e carga genética de um novo ser.

Ao descer da trompa para o útero, o ovo vai fixar-se na sua parede, que durante os 14 dias anteriores foi tornando mais volumosa e esponjosa de modo a poder receber o ovo e uma gravidez. Se, pelo contrário, não houver fecundação, o óvulo não fertilizado desce para o útero cuja parede interna por sua vez se começa a desagregar, até que é expulsa na altura de menstruação.

Qual o tempo de sobrevivência dos espermatozóides, fora do pénis? 72 horas

Período Fértil
Chama-se período fértil, aos dias em que a mulher que tem relações sexuais pode engravidar. Isto sucede quando se dá a "ovulação" que acontece em média, ao 14º dia do ciclo. Considerando que o óvulo vive média 24 horas e o espermatozóide cerca de 72 horas e considerando a duração dos ciclos anteriores (idealmente 12 ciclos), pode-se calcular o período fértil, por subtracção de 11 dias ao ciclo mais longo e de 18 dias ao ciclo mais curto. O período de abstinência corresponde ao período fértil.

Exemplos:

1. Mulher com ciclo regular de 28 dias:
28-11=17
28-18=10
o período fértil será entre o 10º e o 17º dia do ciclo, inclusive.

2.Mulher com ciclos menstruais entre 25 a 30 dias:
25-18=7
30-11=19
o período fértil será do 7º ao 19º dia do ciclo, o que corresponde ao período de abstinência entre o 7º e o 19º dia, inclusive.

Métodos Contraceptivos (no geral)

Preservativo Masculino

  • Quais os cuidados a ter com o uso do preservativo?
é importante ter em conta que um preservativo bem usado raramente rompe ou fica retido na vagina. Por isso, todos (rapazes e raparigas) devem conhecer a forma certa de o utilizar e podem (devem) treinar-se a utiliza-lo. Os cuidados a ter, são vários e simples:
  • Antes de comprar ver o prazo de validade;
  • Proteger o preservativo do calor e da humidade (ex: não guarda-los nos bolsos das calças ou dentro do carro);
  • Abrir a embalagem com cuidado, sem utilizar os dentes ou objectos cortantes;
  • Coloca-lo entre o pénis e a vulva;
  • aperte entre os dedos o reservatório do preservativo enquanto o desenrola totalmente sobre o pénis,
  • Retirar com cuidado, logo depois da ejaculação.

  • Posso utilizar algum lubrificante com o preservativo?
A borracha (látem) com que são feitos a maioria dos preservativos pode ser destruída ou enfraquecida na sua resistência se forem usados lubrificantes à base de derivados do petróleo como é o caso, entre outros, da vaselina, glicerina, óleo johnson, etc...

  • No sexo oral tem alguma vantagem utilizar o preservativo?
Tem, ou seja, nas relações orais (contacto do pénis ou da vulva com a boca da companheira ou do companheiro) não há nenhum risco de gravidez, mas existe o risco de uma infecção. Por isso, é sempre necessário utilizar o preservativo!

Contraceptivos Orais (pílula)

  • As pílulas anticonceptivas são 100% eficazes ou é necessário usar também o preservativo?
A pílula é eficaz praticamente 100%, sem diferenças de marca, desde que não haja nenhum engano nem esquecimento na sua toma, e se não tomar um medicamento que diminua o seu efeito. Não há portanto perigo de engravidar, se ela for tomada correctamente. O preservativo deve ser utilizado com a pílula com o fim de evitar a transmissão de doenças sexuais e/ou para reforçar a segurança proporcionada pela pílula em caso de esquecimento.
Além disso, é de salientar que com o uso de pílulas anticoncepcionais não existem dias férteis ou períodos férteis, ou seja, a eficácia da pílula mantém-se durante todo o ciclo da mulher, mesmo na altura em que se faz a pausa e logo após a 1ª toma.

  • Existem problemas quando se toma a pílula muito tempo seguido, como por ex. dificuldades em gravidar?
A ideia de que a pílula pode diminuir as possibilidades de uma futura gravidez causa ansiedade em muitas mulheres. É no entanto uma noção totalmente falsa. O que acontece muitas vezes é que existem mulheres que vão tomando a pílula e só decidem engravidar depois dos 35 anos. Acontece que a partir dessa idade, mesmo que não estivessem a tomar nada, é mais difícil engravidar. E acaba por ser a pílula a levar com as culpas.

  • Deve-se fazer paragens?
Não, desde que seja seguida regularmente pelo seu médico assistente, e tudo estiver bem, verá que a única paragem a fazer é a de 7 dias entre cada embalagem, ou seja, mulheres saudáveis, podem usar a pílula até a menopausa.

  • Com que frequência se devem fazer análises e consultas de rotina?
Após a 1ª consulta médica em que se deve ser feita uma história clínica completa e prescrita a pílula, devem ser efectuados exames de controle semestralmente, depois a periodicidade poderá ser anual, não esquecendo de fazer a citologia cervico-vaginal de rastreio do cancro do colo uterino.

  • Para quem na família há certa tendência para tensão alta, há algum inconveniente de usar pílula?
Na grande maioria dos casos a pílula não modifica a pressão arterial, nomeadamente com actuais pílulas, com os novos progestativos. Porém em algumas mulheres, há nos primeiros seis meses de utilização, um aumento que na maioria dos casos é reversível com a suspensão da pílula. Por isso, é necessário um exame periódico com medicação da tensão arterial.

  • É verdade que a pílula pode provocar o cancro da mama?
Os estudos existem indicam que a toma da pílula pode provocar a longo prazo uma ligeira maior tendência para cancro da mama, ao mesmo tempo que diminui o do útero em 40% e o do ovário em 50%. Ou seja, em termos de cancro e prevenção existem vantagens e inconvenientes, mas as vantagens serão maiores.
Além disso, se for feito rastreio e vigilância regular (uma vez por ano) e o respectivo auto exame, os riscos são diminutos e não existe razão para receios.

  • É verdade que a pílula engorda?
Com as pílulas de alta dosagem de antigamente o aumento de peso era de facto uma realidade algo frequente. Isso acontecia por duas razões: por um lado os estrogénios podem provocar retenção de água e fazer com que assim haja aumento de peso devido à acumulação dessa mesma água. Por outro lado os progestagénios podem provocar um ligeito aumento de apetite.
Hoje em dia, com pílulas de baixa dosagem que normalmente são receitadas, esse problemas praticamente não existe.

  • Em caso de esquecimento, a pílula deve ser tomada na próximas 12 horas e o efeito contaceptivo mantém-se? E se for passado 13 ou 14 horas? Estes tempos sãp assim tão rigidos ou são flexíveis?  
Em caso de esquecimento, deve seguir as seguintes regras:

  • 1- Se ainda não passaram 12 horas desde o esquecimento, deve tomar a pílula que se esuqeceu. A pílula seguinte será tomada no momento previsto, sem qualquer tipo de alteração.
  • 2- Já passaram mais de 12 horas : deve tomar a pílula esquecida imediatamente e a próxima à hora prevista. Mas neste caso deve tomar precuações adicionais, como por ex: o uso do preservativo e espermicida durante 7 dias.
  • 3- Já passaram mais de 24 horas: deve deitar fora a pílula que esqueceu e agir como na 2ª.

  • Se ingerirmos antibióticos pode cortar o efeito da pílula?
Existem alguns antibióticos que se sabe diminuírem a eficácia da pílula. É  o caso da Rifampicina (usada normalmente no tratamento da tuberculose). Outros antibióticos como a Penicilina, Ampicilina, Neomicina e Tetracilinas também podem reduzir a eficácia da pílula embora nem sempre. Atenção, que não estamos a falar em marcas mas sim em principios activos. Para saber se determinado medicamento tem este principio, deve consultar a literatura que o acompanha.

Pílula do dia seguinte 

  • O que é ?
A pílula do dia seguinte é comercializada em Portugal ( conta de quatro comprimidos, devendo ser tomados dois juntos até 72 horas após a relação sexual, e os outros dois 12 horas depois dos primeiros),
Até ao parecimento da mesntruação seguinte deve evitar qualquer relação sexual não protegida com preservativoe, se possivel, também espermicia










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